vou postar poesias antigas.... uma após a outra.
Esse deus saiu.
Esse deus não é real.
E eu até rezava por você.
Simplesmente mate o homem
Ele não tem nada a dizer
- e você vai saber
.................................................
- agora ele está morto.
- A vida é tão curta...
- Agora Deus foi embora (boa noite, feche tudo)
- Eles não deveriam conhecê-la chorando...
Antes ninguém voltaria a essa hora.
Amanhã realmente não haverá problema (s).
- Muito tarde.
- O tempo está indo...
- Adeus a todos, eu tenho que sair.
(nada importa, ninguém está vendo).
As coisas fora dos lugares e
as palavras sem ordem
Andei por aí
o vento na cara e
os sonhos atirados no asfalto -
voltei para casa e tudo continua
fora do lugar:
desde aquela tarde....
eu tentei falar com alguém,
mas não havia quem.
Não saberia o que dizer e
fiquei andando em círculos
por aí.
Umas lembranças afiadas,
nas mãos,
e o seu corpo que não sai.
-----------------------------------------------
Ausência
saudade
transporta-me
a uma dimensão
esquecida.
transporta-me
ao passado longe
devolve
seu olhar...
rendo-me
e a dor acorda:
seu olhar desaparece.
--------------------------------------------------------------
Parou a chuva.
o sol nasceu
já não sei
quem era quem
ou se éramos um só.
--------------------------------------------------------------
depois
de tudo
ainda não deu
pra perder
as
imagens
claras
na
minha
mente
o jeito sério
dos teus olhos
caçoando
de
tudo.
--------------------------------------------------
olhares perdidos e amanheceu,
foram-se as estrelas e
a lua que eu amo...
abro a porta e o sol escurece minha
vida, que te ama noite,
estrela e lua brilhantes...
Foram-se as estrelas,
os perdidos
olhares,
as pessoas e sobrou
seu cheiro,
seu pó de luar
e sonhar...
Dentro da noite
um céu fica rubro:
um rubi
ou uma taça de sangue
entre trovões de dor
sinto seu calor
ouço sua voz
e lágrimas cinzentas
sem querer
dixam transparecer
todo tormento em meu peito
é o escuro dos seus olhos
rastejando minha alma
e punindo meu silêncio....
---------------------------------------------------
seus passos
são lentos e certos
o rumo é indefinível
como quando se foge
como quando se luta -
o olhar é calmo e
persuasivo -
olha as almas, vê além
do horizonte
como quem (pro)clama
como quem chora
cada gesto vem
do longo abstrato
perigoso abismo
do nada - do além
como quem paga
como quando se vende
a agonia.
----------------------------------------------------
a criança rua
seu olhinho rima
a calçada nua
----------------------------
1991
A bolita
caiu no buraco.
o germe colheu a fruta
(comeu)
a folha secou ao sol.
crianças pelas calçadas
jogam-se
nos rios nas ruas
a bolita causou espanto
a fruta foi engolida
a folha...
o vento levou.
---------------------------------------
A folha seca atravessou muitos mundos
viu muitos
pairou – caiu – perto, bem perto
do buraco
a cova cavada
p´ra criança crescida
que ninguém sabe
- talvez por menos que uma bolita –
jorrou um rio de sangue pelo peito
e agora
será engolida pela cova
e comida pelo germe,
como a fruta.
A folha apodreceu
e virou adubo.
TRÊS
Substrato
Abismo
Fundo,
Funde
Meu ferro
E minha dor.
Escreve
Minha alma,
Descreve
Seu pudor...
Sorriso afável,
Paixão...
Sutil chegou,
Conquistou-me.
1993
fechada nesta sala
resta apenas uma vítima.
Depois da porta – que vou abrir –
É uma boa noite pela rua e
Não basta dizer adeus...
Porque há alguém
Falando do céu,
Um pouco mais,
Dentro desta xícara –
E depois de fechar a porta
Não haverão mais tentativas para o inferno.
Amanhã é muito tarde para chorar...
Para dizer adeus.
1994
De vez em quando eu olho para sua pele branca
E penso no meu cigarro para queimar
Ou a faca deixando escorrer o sangue...
Mas essas coisas são daquelas que não se fala,
Umas vezes por vergonha,
Outras por medo
... comer seu corpo, lamber seu sangue...
dopar-me de orgulho e desprezo...
Tudo muito relativo.
Mas ainda assim penso no sangue
E suas referências,
Bebo algum vinho e deliro quente
Que seu corpo assola minha carne
E a devora como eu queria:
Sem raça, sem culpa...
Algo...
Você sabe.
Todos sabemos.
Mas essas coisas,
São daquelas que não se fala.
ZERO ZEN
Silêncio escuro,
Luz
E sombra
Corpo e
Alma
Unidos
Céu e mar...
Renúncia,
Puro acordo.
Alma verde
Dicotomia
Véu sem dor...
97
nada dura para sempre
vamos voar bem alto
pois o sol, daqui a pouco
já vai se pôr.
Eu gamo no seu sorriso
E quero tudo agora
Não me diga que as folhas,
Os ventos as levam
Pois eu sei,
Mais até que passe por sua cabeça
Que nada dura para sempre
E só agora eu vejo
Todas essas sombras com você
Toda a sombra da noite e
Da solidão, pois
Nada
Dura para sempre.
Ela acende a vela
Seu rosto ilumina
Sorriso cadente
Coração displiscente
Você
Ta sempre sorrindo
Gargalhando p´ro além
Dando abraços em qualquer um
Mas eu,
Eu sei,
Nada além desse vazio
Que lhe tem,
Você é.
1993
vi teu rosto rindo
de repente não mais nada
eu estava chorando...
o quê te pareceu a arma apontada?
A rua vazia,
Os corpos jogados,
E o fogo ainda queimando...
O quê te pareceu meu corpo caindo?
Talvez não tenhas visto...
Mas eu entrei no túnel do tempo esgotada
E vi teu rosto rindo...
E queria acordar...
E queria correr...
Por quê o futuro se pareceu tanto com o passado?
Continuarei tocando baixo
Sem raciocínio,
Só porque eu vi aqueles fogos
E a tua luz...
Aqueles corpos esquivando-se...
Era como na guerra, meu bem
Eu me senti cair
Porque queria vê-la, onde foi que nos perdemos?
Onde foi que...
Vi teu rosto rindo.
Esse deus não é real.
E eu até rezava por você.
Simplesmente mate o homem
Ele não tem nada a dizer
- e você vai saber
.................................................
- agora ele está morto.
- A vida é tão curta...
- Agora Deus foi embora (boa noite, feche tudo)
- Eles não deveriam conhecê-la chorando...
Antes ninguém voltaria a essa hora.
Amanhã realmente não haverá problema (s).
- Muito tarde.
- O tempo está indo...
- Adeus a todos, eu tenho que sair.
(nada importa, ninguém está vendo).
As coisas fora dos lugares e
as palavras sem ordem
Andei por aí
o vento na cara e
os sonhos atirados no asfalto -
voltei para casa e tudo continua
fora do lugar:
desde aquela tarde....
eu tentei falar com alguém,
mas não havia quem.
Não saberia o que dizer e
fiquei andando em círculos
por aí.
Umas lembranças afiadas,
nas mãos,
e o seu corpo que não sai.
-----------------------------------------------
Ausência
saudade
transporta-me
a uma dimensão
esquecida.
transporta-me
ao passado longe
devolve
seu olhar...
rendo-me
e a dor acorda:
seu olhar desaparece.
--------------------------------------------------------------
Parou a chuva.
o sol nasceu
já não sei
quem era quem
ou se éramos um só.
--------------------------------------------------------------
depois
de tudo
ainda não deu
pra perder
as
imagens
claras
na
minha
mente
o jeito sério
dos teus olhos
caçoando
de
tudo.
--------------------------------------------------
olhares perdidos e amanheceu,
foram-se as estrelas e
a lua que eu amo...
abro a porta e o sol escurece minha
vida, que te ama noite,
estrela e lua brilhantes...
Foram-se as estrelas,
os perdidos
olhares,
as pessoas e sobrou
seu cheiro,
seu pó de luar
e sonhar...
Dentro da noite
um céu fica rubro:
um rubi
ou uma taça de sangue
entre trovões de dor
sinto seu calor
ouço sua voz
e lágrimas cinzentas
sem querer
dixam transparecer
todo tormento em meu peito
é o escuro dos seus olhos
rastejando minha alma
e punindo meu silêncio....
---------------------------------------------------
seus passos
são lentos e certos
o rumo é indefinível
como quando se foge
como quando se luta -
o olhar é calmo e
persuasivo -
olha as almas, vê além
do horizonte
como quem (pro)clama
como quem chora
cada gesto vem
do longo abstrato
perigoso abismo
do nada - do além
como quem paga
como quando se vende
a agonia.
----------------------------------------------------
a criança rua
seu olhinho rima
a calçada nua
----------------------------
1991
A bolita
caiu no buraco.
o germe colheu a fruta
(comeu)
a folha secou ao sol.
crianças pelas calçadas
jogam-se
nos rios nas ruas
a bolita causou espanto
a fruta foi engolida
a folha...
o vento levou.
---------------------------------------
A folha seca atravessou muitos mundos
viu muitos
pairou – caiu – perto, bem perto
do buraco
a cova cavada
p´ra criança crescida
que ninguém sabe
- talvez por menos que uma bolita –
jorrou um rio de sangue pelo peito
e agora
será engolida pela cova
e comida pelo germe,
como a fruta.
A folha apodreceu
e virou adubo.
TRÊS
Substrato
Abismo
Fundo,
Funde
Meu ferro
E minha dor.
Escreve
Minha alma,
Descreve
Seu pudor...
Sorriso afável,
Paixão...
Sutil chegou,
Conquistou-me.
1993
fechada nesta sala
resta apenas uma vítima.
Depois da porta – que vou abrir –
É uma boa noite pela rua e
Não basta dizer adeus...
Porque há alguém
Falando do céu,
Um pouco mais,
Dentro desta xícara –
E depois de fechar a porta
Não haverão mais tentativas para o inferno.
Amanhã é muito tarde para chorar...
Para dizer adeus.
1994
De vez em quando eu olho para sua pele branca
E penso no meu cigarro para queimar
Ou a faca deixando escorrer o sangue...
Mas essas coisas são daquelas que não se fala,
Umas vezes por vergonha,
Outras por medo
... comer seu corpo, lamber seu sangue...
dopar-me de orgulho e desprezo...
Tudo muito relativo.
Mas ainda assim penso no sangue
E suas referências,
Bebo algum vinho e deliro quente
Que seu corpo assola minha carne
E a devora como eu queria:
Sem raça, sem culpa...
Algo...
Você sabe.
Todos sabemos.
Mas essas coisas,
São daquelas que não se fala.
ZERO ZEN
Silêncio escuro,
Luz
E sombra
Corpo e
Alma
Unidos
Céu e mar...
Renúncia,
Puro acordo.
Alma verde
Dicotomia
Véu sem dor...
97
nada dura para sempre
vamos voar bem alto
pois o sol, daqui a pouco
já vai se pôr.
Eu gamo no seu sorriso
E quero tudo agora
Não me diga que as folhas,
Os ventos as levam
Pois eu sei,
Mais até que passe por sua cabeça
Que nada dura para sempre
E só agora eu vejo
Todas essas sombras com você
Toda a sombra da noite e
Da solidão, pois
Nada
Dura para sempre.
Ela acende a vela
Seu rosto ilumina
Sorriso cadente
Coração displiscente
Você
Ta sempre sorrindo
Gargalhando p´ro além
Dando abraços em qualquer um
Mas eu,
Eu sei,
Nada além desse vazio
Que lhe tem,
Você é.
1993
vi teu rosto rindo
de repente não mais nada
eu estava chorando...
o quê te pareceu a arma apontada?
A rua vazia,
Os corpos jogados,
E o fogo ainda queimando...
O quê te pareceu meu corpo caindo?
Talvez não tenhas visto...
Mas eu entrei no túnel do tempo esgotada
E vi teu rosto rindo...
E queria acordar...
E queria correr...
Por quê o futuro se pareceu tanto com o passado?
Continuarei tocando baixo
Sem raciocínio,
Só porque eu vi aqueles fogos
E a tua luz...
Aqueles corpos esquivando-se...
Era como na guerra, meu bem
Eu me senti cair
Porque queria vê-la, onde foi que nos perdemos?
Onde foi que...
Vi teu rosto rindo.
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