estou aqui pensando como as coisas acontecem na vida da gente. As coisas e as pessoas. ALgumas pessoas passam muito tempo em nossas vidas e ainda assim permanecem sem muito significado, como se fossem embora amanhã a tarde e no máximo você pensasse em dar umas risadas juntos, despedir-se e pronto. Outras, por menos tempo que fiquem, permanecem vivas e claras em nosso coração. Algumas delas ficam mesmo por muito pouco tempo. Eu tenho esse jeito impulsivo de ser, ansiosa, de querer viver tudo logo, porque sempre tenho a sensação de algo pode acontecer, ou pior, algo pode não acontecer, e a gente esperou demais para saber. Mas pior ainda é quando tomamos consciência de que NAO esperamos para saber. Creio que esta seja a dor mais doída, a saudade do que não foi vivido. E quase sempre esse tipo de coisa acontece por algum tipo de medo. Claro que em algumas vezes você percebe que não poderia ser diferente, mas, como disse, na maioria delas é o medo que nos atrapalha. Eu gostaria de ter uma chavezinha para abrir algumas mentes e/ou corações, e colocar lá dentro um bilhetinho dizendo que a energia gasta com o medo é a mesma gasta com a coragem. Mas não posso. Não há como. Vamos em frente, mesmo sentindo alguma saudade do futuro que nunca chegou, vivendo ainda mais intensamente o presente e quem sabe melhorando atitudes com isso. A vida é tão curtinha neh?
Um fim de semana legal. Bons momentos com a minha princesinha, agora já melhorando bem. Um frio daqueles de pirar... chuva... bom para exorcisar alguns pequenos demônios do cotidiano e sentir a alma bem mais leve. Um vinhozinho quase meia noite de um domingo frio, com amigos novos que parecem chegar para ficar, ehe :) Telefone tocando e ao atender, a voz que reapareceu depois de tanto tempo, faz bem, aquece o coração :D e no mais... eu, voltando ao normal, até que enfim!
Agora creio tb que este bloguinho volte ao normal, ou seja, volte a ser algo parecido com um caderno de pensamentos, pq andava que andava só de musiquinha....rsss
eu tô: Acabei de dizer aí em cima ouvindo: Camália
Mudando o canal: da novela para o filme de aventura
"Havia a levíssima embriaguez de andarem juntos, a alegria como quando se sente a garganta um pouco seca e se vê que por admiração se estava de boca entreaberta: eles respiravam de antemão o ar que estava à frente, e ter esta sede era a própria água deles. Andavam por ruas e ruas falando e rindo, falavam e riam para dar matéria peso à levíssima embriaguez que era a alegria da sede deles. Por causa de carros e pessoas, às vezes eles se tocavam, e ao toque - a sede é a graça, mas as águas são uma beleza de escuras - e ao toque brilhava o brilho da água deles, a boca ficando um pouco mais seca de admiração. Como eles admiravam estarem juntos! Até que tudo se transformou em não. Tudo se transformou em não quando eles quiseram essa mesma alegria deles. Então a grande dança dos erros. O cerimonial das palavras desacertadas. Ele procurava e não via, ela não via que ele não vira, ela que, estava ali, no entanto. No entanto ele que estava ali. Tudo errou, e havia a grande poeira das ruas, e quanto mais erravam, mais com aspereza queriam, sem um sorriso. Tudo só porque tinham prestado atenção, só porque não estavam bastante distraídos. Só porque, de súbito exigentes e duros, quiseram ter o que já tinham. Tudo porque quiseram dar um nome; porque quiseram ser, eles que eram. Foram então aprender que, não se estando distraído, o telefone não toca, e é preciso sair de casa para que a carta chegue, e quando o telefone finalmente toca, o deserto da espera já cortou os fios. Tudo, tudo por não estarem mais distraídos." (Clarice Lispector)
e vamos um pouco mais.... além do tudo que desconcerta, houve o tom da dor, do desconexo desencontro, o falho aperto no peito...
Vou embora, vou sumir no mundo quero voltar atrás, quero sim, quero não, e ainda doía, ainda doía, ainda... dou um passo no escuro e dou de cara com a porta a porta que se abre ao acaso
e o acaso mais uma vez me conta uma daquelas histórias sem pé nem cabeça nem nada
e eu rio...
eu rio que corre em direção ao mar o grandioso mar desconhecido e fascinante Ai! coração bate mais forte, suspiros, friozinho na barriga...
o que era noite virou dia o que era vidro se quebrou e eu alegoria...
Eu tô: Isso ae povo, juntei os cacos, colei com uma cola que havia esquecido que eu tinha, e vou por ae.... Ouvindo: Iron Maiden bem das antigas....
A poesia é incomunicável. Fique torto no seu canto. Não ame. Ouço dizer que há tiroteio ao alcance do nosso corpo. É a revolução? o amor? Não diga nada. Tudo é possível, só eu impossível. O mar transborda de peixes. Há homens que andam no mar como se andassem na rua. Não conte. Suponha que um anjo de fogo varresse a face da terra e os homens sacrificados pedissem perdão. Não peça.